A corrupção e as emergências se alimentam mutuamente, criando um ciclo vicioso de má gestão e crises mais profundas.
As grandes somas de dinheiro necessárias para lidar com emergências, a necessidade de urgência no desembolso de ajuda ou pacotes de estímulo econômico e o risco de influência indevida sobre as respostas políticas formam uma tempestade perfeita para a corrupção, pois podem aumentar as oportunidades para que ela ocorra, enquanto enfraquecem os mecanismos estabelecidos para evitá-lo.
Isso, por sua vez, prejudica respostas justas, eficientes e equitativas às crises. O tratamento da pandemia COVID-19 em todo o mundo ilustra perfeitamente a necessidade de integridade no gerenciamento de crises.
Com o lançamento do Índice de Percepção de Corrupção (IPC) 2020, vimos como a corrupção mina a capacidade dos estados de responder a emergências, como a dupla crise econômica e de saúde provocada pela pandemia COVID-19.
A análise destaca que:
- A corrupção desvia fundos de serviços essenciais como saúde, deixando países em todo o mundo vulneráveis e sub-preparados para lidar com crises de saúde pública;
- A falta de transparência na alocação de recursos – prática positivamente associada à corrupção – enfraquece a eficiência das respostas às crises;
- Os países com fraco desempenho no controle da corrupção tendem a violar os direitos humanos e as normas democráticas na gestão da pandemia COVID-19.
As descobertas sugerem que em um mundo cada vez mais incerto, onde abundam as emergências, o combate à corrupção é a chave para garantir uma melhor preparação para respostas a crises.
Existem muitas estratégias nas quais os governos podem confiar para prevenir a corrupção em face de uma crise, mas manter a corrupção sob controle é muito mais difícil onde mecanismos anticorrupção robustos ainda não estão em vigor. Nesses casos, a corrupção pode prejudicar a eficácia das respostas de emergência.
(Transparency International)
